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sexta-feira, 23 de março de 2012

SINTEAC – SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO ACRE AOS TRABALHADORES(as) EM EDUCAÇÃO DE CAPIXABA, PELA LUTA E GARRA PARA MELHORIA SALARIAL E CONDIÇÕES DE TRABALHO

SINTEAC – SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO ACRE
AOS TRABALHADORES(as) EM EDUCAÇÃO DE CAPIXABA, PELA LUTA E GARRA PARA MELHORIA SALARIAL E CONDIÇÕES DE TRABALHO.

O que é o sindicato, senão uma associação de pessoas do mesmo ramo de atividades que se unem para defender sua categoria e negociar melhoria nas condições de trabalho e salariais.


Estudar a legislação pertinente, desenvolver atividades e programas para qualificar e requalificar seus pares e atendê-los quanto a questões jurídicas e previdenciárias.
Bem dito assim, dá para perceber que são atividades complexas e que envolvem todas as áreas da relação de trabalho.
As pessoas que fazem parte da diretoria tendem a compreender que estão se engajando em uma luta de vida. São inúmeras as desvantagens de se "meter" nessa "roubada". Reuniões, cursos, negociações, representações, assembleias, mais reuniões, e mais um monte de pró-formas que só quem está envolvido pode contar. Além de tudo isso, vem à dedicação pessoal, que varia de membro para membro e a renúncia da vida pessoal. Não são poucos os casos de dirigentes que perdem suas famílias e casamentos por causa da luta.
Essa luta se trava contra a falta de informação da própria categoria, contra patrões inescrupulosos, contra prepostos imbecis e a mais difícil das tarefas de um dirigente sindical, a luta para mostrar a categoria à importância de conhecer sua própria profissão, seus direitos e deveres, além da importância de sua participação como associado contribuinte tanto financeiramente quanto intelectualmente, para fortalecimento da categoria e da profissão.
O SINTEAC é o sindicato que representa uma grande quantidade de trabalhadores e Trabalhadoras em educação do Município de Capixaba.
Quando sentamos com os patrões para negociar reajuste de salários e melhoria ou manutenção das condições de trabalho, estamos negociando os reajustes dos professores, dos diretores e coordenadores, dos profissionais de escola, dos vigias, dos motoristas e dos técnicos de ensino. Todos são contemplados, mesmo aqueles que não são associados. A legislação não faz diferenciação entre os que são associados e os não associados. O sindicato representa a todos, a diferença é quando um associado é dispensado, aí vem toda a estrutura do sindicato em favor deste.

Precisamos que vocês se envolvam nesta luta, que participem de tudo, desde a contribuição financeira até a contribuição com ideias e manifestações de protesto, precisamos que vocês, que ajudem a nossa diretoria. Só podemos reivindicar melhorias ou modificações se soubermos o que está te incomodando.

Por isso fazemos uma convocação, venha para o sindicato, contribua, pergunte a um diretor sindical na sua escola como é que você pode contribuir para a melhoria da nossa categoria. Pergunte a você mesmo, o que eu posso fazer para melhorar minhas condições de trabalho.

O sindicato somos nós, eu e você, que nos preocupamos e reivindicamos, que apontamos os problemas e indicamos soluções.
Associe-se ao SINTEAC NÚCLEO DE CAPIXABA, venha contribuir com a categoria.

Nós fazemos um trabalho sério e transparente, para que você possa saber de tudo que se passa na categoria e no sindicato.
PRESIDENTE: EDVAN MACEDO
VICE-PRESIDENTE: AFONSO
TESOUREIRO: RIBAMAR
SECRETÁRIO GERAL: FRANCISCO NUNES
DIRETORA DE EVENTOS: ROSANGELA COSTA


fonte: professor Francisco Nunes do Nascimento

sexta-feira, 16 de março de 2012

Movimentos da Terra

Movimentos da Terra
Rotação, translação e estações do ano

Como todos os corpos do Universo, a Terra também não está parada. Ela realiza inúmeros movimentos. Os dois movimentos principais do nosso planeta são o derotação e o de translação, cujos efeitos sentimos no cotidiano.
Rotação
O movimento de rotação da Terra é o giro que o planeta realiza ao redor de si mesmo, ou seja, ao redor do seu próprio eixo. Esse movimento se faz no sentido anti-horário, de oeste para leste, e tem duração aproximada de 24 horas (Figura 1, abaixo). Graças ao movimento de rotação, a luz solar vai progressivamente iluminando diferentes áreas, do que resulta a sucessão de dias e noites nos diversos pontos da superfície terrestre.

Vale lembrar que, durante o ano, a iluminação do Sol não é igual em todos os lugares da Terra, pois o eixo imaginário, em torno do qual a Terra faz a sua rotação, tem uma inclinação de 23o 27, em relação ao plano da órbita terrestre.
O movimento aparente do Sol - ou seja, o deslocamento do disco solar tal como observado a partir da superfície - ocorre do leste para o oeste. É por isso que, há milhares de anos, o Sol serve como referência de posição: a direção onde ele aparece pela manhã é o leste ou nascente - e a direção onde ele desaparece no final da tarde é o oeste ou poente.
Translação
Já o movimento de translação é aquele que a Terra realiza ao redor do Sol junto com os outros planetas. Em seu movimento de translação, a Terra percorre um caminho - ou órbita - que tem a forma de uma elipse.
A velocidade média da Terra ao descrever essa órbita é de 107.000 km por hora, e o tempo necessário para completar uma volta é de 365 dias, 5 horas e cerca de 48 minutos.

Esse tempo que a Terra leva para dar uma volta completa em torno do Sol é chamado "ano". O ano civil, adotado por convenção, tem 365 dias. Como o ano sideral, ou o tempo real do movimento de translação, é de 365 dias e 6 horas, a cada quatro anos temos um ano de 366 dias, que é chamado ano bissexto.
Figura 1

Estações do ano
As datas que marcam o início das estações do ano determinam também a maneira e a intensidade com que os raios solares atingem a Terra em seu movimento de translação. Essas datas recebem a denominação de equinócio e solstício, que veremos a seguir (Figura 2, abaixo).
Para se observar onde e com que intensidade os raios solares incidem sobre os diferentes locais da superfície terrestre, toma-se como ponto de referência a linha do Equador.

As estações do ano estão diretamente relacionadas ao desenvolvimento das atividades humanas, como a agricultura e a pecuária. Além disso, determinam os tipos de vegetação e clima de todas as regiões da Terra. E são opostas em relação aos dois hemisférios do planeta (Norte e Sul).
Quando no hemisfério Norte é inverno, no hemisfério Sul é verão. Da mesma maneira, quando for primavera em um dos hemisférios, será outono no outro. Isso ocorre justamente em função da posição que cada hemisfério ocupa em relação ao Sol naquele período, o que determina a quantidade de irradiação solar que está recebendo.

Durante o inverno, as noites são tanto mais longas quanto mais o Sol se afasta da linha do Equador. É esse afastamento que faz as temperaturas diminuírem. Já durante o verão, os dias são tanto mais longos quanto mais o Sol se aproxima da linha do Equador e dos trópicos. Por isso, as temperaturas se elevam. No outono e na primavera, os dias e as noites têm a mesma duração.
Equinócio
No dia 21 de março, os raios solares incidem perpendicularmente sobre a linha do Equador, tendo o dia e a noite a mesma duração na maior parte dos lugares da Terra. Daí o nome "equinócio" (noites iguais aos dias). Nesse dia, no hemisfério norte, é o equinócio de primavera - e no hemisfério sul, o equinócio de outono.
No dia 23 de setembro, ocorre o contrário: é o equinócio de primavera no hemisfério sul - e o equinócio de outono no hemisfério norte.
Solstício
Os solstícios ocorrem nos dias 21 de junho e 21 de dezembro. No dia 21 de junho, os raios solares incidem perpendicularmente sobre o trópico de Câncer, situado a 23o 27, 30,,, no hemisfério norte. Nesse momento ocorre o solstício de verão nesse hemisfério. É o dia mais longo e a noite mais curta do ano, que marcam o início do verão. Enquanto isto, no hemisfério sul, acontece o solstício de inverno, com a noite mais longa do ano, marcando o início da estação fria.
Já no dia 21 de dezembro os raios solares estão exatamente perpendiculares ao trópico de Capricórnio, situado a 23o 27, 30,,, no hemisfério sul. É o solstício de verão no hemisfério sul. Nesse dia, a parte sul do planeta está recebendo maior quantidade de luz solar que a parte norte, propiciando o dia mais longo do ano e o início do verão. No hemisfério norte, acontece a noite mais longa do ano. É o início do inverno.
                                                                                Figura 2

Vale ressaltar que as datas utilizadas na determinação do começo e do final de cada estação do ano (21/3; 21/6; 23/9; 21/12) são convencionais. Foram selecionadas para efeito prático, pois, na verdade, a interferência de diversos fatores tende a alterar esses dias, para mais ou para menos, a cada determinado período de tempo.

A estação se inicia, verdadeiramente, quando o planeta Terra e o Sol estão numa posição em que os raios solares incidem perpendicularmente a linha do Equador (primavera e outono) ou a um dos trópicos (verão e inverno).

quarta-feira, 14 de março de 2012

SISTEMA SOLAR



ientistas americanos revelaram ter fortes evidências de que existe um nono planeta, já batizado de Tyche, em nosso Sistema Solar, que fica além de Plutão – que deixou de ser planeta há cinco anos – e é enorme.
Os indícios foram coletados pelo telescópio espacial Wise, da Nasa, que oferece provas de que esse gigante planeta gasoso está escondido no exterior da Nuvem Oort, o local mais distante do Sistema Solar.
O astro foi chamado de Tyche (pronuncia-se tái-ki) pelos dois astrofísicos que propõem que ele seja elevado ao status de planeta, Daniel Whitmore e John Maltese, da Universidade da Louisiana.
O primeiro lote de dados sobre Tyche deverá ser liberado em abril. Depois que o Tyche for localizado, a União Astronômica Internacional (IAU) é que vai dizer se ele terá o status de planeta.
O problema principal que a IAU poderá ter com a proposta é que o Tyche se formou em volta de outra estrela e depois foi capturado pelo campo gravitacional do Sol. Talvez a organização tenha de criar uma nova categoria para essa bola gigante de gases.
Os cientistas suspeitam que Tyche tenha quatro vezes a massa de Júpiter e uma órbita 15.000 vezes mais distante do Sol do que a Terra e 375 vezes mais distante que Plutão.
Do R7

O PENTATEUCO

Pentateuco
Este nome grego significa “cinco rolos”, ou livros, e inclui Génesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronómio. A autoria do Pentateuco, tradicionalmente considerado como Lei de Moisés, foi atribuída a este grande líder do povo hebreu tanto pelo judaísmo como pelo cristianismo antigos. Hoje, sabe-se que nenhum destes livros se pode atribuir a um único autor e menos ainda a Moisés, pois todos tiveram uma história literária complexa, como veremos.
Para além desta referência a Moisés, os livros do Pentateuco têm uma certa sequência temática, pois descrevem as origens do povo de Israel até à sua definitiva instalação em Canaã. Nomeadamente: a origem da humanidade e do próprio povo hebreu na época patriarcal, a saída do Egipto e a longa travessia do deserto; é nesta última fase que aparecem enquadradas as leis fundamentais para a vida religiosa e social dos israelitas. Longas secções narrativas alternam com grandes conjuntos de leis.
O modo de escrever daquele tempo, misturando História, Direito e Liturgia, não coincide com o nosso modo de fazer História; ao mostrarem a intervenção de Deus nessa História, os autores do Pentateuco pretendem também apresentá-la como modelo da presença de Deus na História de cada povo.

FORMAÇÃO DO PENTATEUCO
segundo alguns estudiosos, o texto actual deste conjunto resultaria de uma história literária anterior, a que chamam “fontes” ou “documentos” conhecidos com o nome de Javista (J), Eloísta (E), Sacerdotal (P) e Deuteronomista (D).
De qualquer modo, o Pentateuco não foi escrito de uma só vez nem é obra de um único escritor. Foi escrito a partir de tradições orais e escritas que se foram juntando progressivamente e formando unidades maiores ao longo da história. A junção de todo o material só se deu na época pós-exílica, altura em que se pode falar da redacção final do Pentateuco. Certamente que o período à volta do Exílio influenciou a leitura de todo esse património histórico e religioso; mas, as tradições e outros materiais podem ser bastante antigos e manter, na sua forma final, os traços dessa antiguidade.
Provavelmente, o processo de formação dos cinco primeiros livros da Bíblia desenvolveu-se, nas suas linhas gerais, em vários períodos.
No início estaria um núcleo narrativo histórico bastante restrito, da época de Salomão. Este núcleo é depois retomado e ampliado por volta dos finais do séc. VIII a.C., recolhendo tradições e fragmentos do reino do Norte e relendo tradições antigas numa nova perspectiva.
No séc. VIII aparece o Deuteronómio primitivo, descoberto no tempo de Josias (622 a.C.) e incluindo essencialmente leis e um pequeno prólogo. É depois ampliado para dar o texto actual de Dt 1-28.
As questões levantadas pelo Exílio fazem aparecer a grande obra histórica «deuteronomista» que se vai elaborando ao longo de várias fases, integrando, de algum modo, todos os materiais já recolhidos anteriormente. Esta grandiosa reconstrução provoca uma série de retoques «deuteronomistas», ao longo de todo o texto do Pentateuco, que já estaria redigido.
No exílio da Babilónia aparece o «escrito sacerdotal primitivo», obra dos sacerdotes exilados.
Depois do regresso do Exílio, no séc. V, este escrito é combinado com os precedentes, retocado e aumentado nalguns aspectos e vai ocupar um lugar dominante no conjunto da narração. A esta redacção final se deve o termo de toda a trama narrativa na morte de Moisés e, logicamente, a delimitação do Pentateuco, separando o Deuteronómio do resto da história deuteronomista. Este trabalho deve ter sido concluído por volta do ano 400 a.C..

O PENTATEUCO E A HISTÓRIA DE ISRAEL
O Pentateuco recebeu inegáveis influências de todos estes documentos ou tradições e de muitos outros factores ligados à História e à religião de Israel. Mas, o que os autores do Pentateuco pretendem manifestar nesta História Sagrada não é tanto o povo com as suas virtualidades e peripécias históricas, mas o domínio absoluto de Deus sobre todas as coisas e sobre todas as instituições humanas, incluindo a realeza, que no Médio Oriente era considerada de origem divina. O poder vem de Deus e da sua Palavra, transmitida pelos seus intermediários.
Esta “Lei” não é um simples conjunto de leis humanas; é um “ensinamento” para viver segundo a vontade de Deus, um chamamento à perfeição e à santidade: «Porque Eu sou o Senhor que vos fez sair do Egipto, para ser o vosso Deus. Sede santos, porque Eu sou santo.» (Lv 11,45)
O Pentateuco é a Carta magna do judaísmo pós-exílico. Após esta difícil mas frutífera experiência, o Estado judaico, antes apoiado nas estruturas da monarquia davídica, passa a reger-se unicamente pela “Lei” de Deus e deixa-se orientar pelos que detêm o monopólio do culto, os sacerdotes. Uma comunidade monárquica transforma-se numa comunidade cultual em honra do Deus da Aliança. São os sacerdotes que editam e reeditam a Lei.
Sendo uma História Sagrada em que se manifesta a presença do Deus da Aliança na vida do seu povo, o Pentateuco desenvolve-se a partir de três factores principais: a epopeia do Êxodo, a Lei do Sinai e a fé num Deus único. Por isso, mais tarde, e diferentemente de outros povos, Israel não necessitou da monarquia para sobreviver.

LEITURA CRISTÃ DO PENTATEUCO
O Pentateuco é uma história nunca terminada, mas sempre aberta às infinitas possibilidades do Senhor da História. Podemos, pois, dizer que o resto do Antigo Testamento é, de algum modo, uma releitura contínua do Pentateuco à luz de novos acontecimentos da História de Israel e do mundo que o rodeia.
Mas o Pentateuco também aponta para um novo Êxodo, para uma outra Terra Prometida, para uma outra presença de Deus Jesus Cristo. Ele é a nova Lei, a nova manifestação de um Deus que nunca cessa de renovar a Aliança com o seu povo. Cristo e os primeiros discípulos leram o Pentateuco como uma história aberta que se completa na vinda do Messias. A partir daí, a relação do homem com Deus já não passa pela observância material da Lei, mas pelo seguimento de Cristo. Porém, aquilo que se põe de lado não é o Pentateuco, mas apenas a interpretação fechada que dele fez o judaísmo rabínico.
Assim, o Pentateuco não só não impede, mas ajuda a compreensão de Cristo e do seu Evangelho: ao lê-lo, pensamos no Evangelho, e quando lemos o Evangelho, encontramos as suas raízes no Pentateuco; não se pode ler os mandamentos da Lei, sem os comparar com os mandamentos da Nova Lei as Bem-aventuranças. Os cristãos reconhecem em Cristo a Palavra de Deus encarnada, e no Evangelho, a Nova Lei; Lei que não vem abolir a antiga, mas dar-lhe toda a perfeição (Mt 5,17-18). Cristo, de que Moisés era apenas uma figura, veio fundar um novo povo, uma nova comunidade, liberta na Páscoa da sua Paixão-Ressurreição. Numa palavra, Cristo é, para os seus discípulos, a nova Lei, a nova Páscoa, o novo Templo de Deus entre os homens (Jo 2,21; Ap 21,3.22), a nova Aliança, não apenas com um povo, mas com toda a Humanidade.

Pentateuco
 Livro do Génesis
 Livro do Êxodo
 Livro do Levítico
 Livro dos Números
 Livro do Deuteronómio

domingo, 4 de março de 2012

LIXÃO EM CAPIXABA


 
O local para o depósito de todo o lixo gerado por Capixaba – Acre, escolhido pela gestão municipal anterior, e situado no ramal Brasil Bolívia, deleita-se de um lugar "abençoado por Deus e bonito por natureza". A área indica uma série de inadequações, pois, além de uma população rural viver nas proximidades do lixão municipal, ele, de fato, reina em contato com o meio ambiente, onde possivelmente está contaminando as águas do Igarapé Grande, que fica abaixo do lixão, aproximadamente, uns 300 metros. Enquanto algumas autoridades de Capixaba, tais como os vereadores Carlos Alves de Brito e Rômulo Barros, afirmam que o lixão municipal se localiza em terra brasileira, o Diretor de Gestão Técnica do Imac (Instituto de Meio Ambiente do Acre), Fernando Lima, informa que através de um estudo sobre a área realizado em novembro de 2007, foi constatado que o mesmo está em terra boliviana, motivo pelo qual, segundo o diretor, o Imac não pode intervir, mas sim, exigir que a Prefeitura consiga uma outra área para a instalação de um aterro sanitário. "Essa análise realizada faz parte de uma decisão do Ministério Público Estadual (MPE) pedindo o diagnóstico da situação dos lixões dos municípios acreanos, já que é um problema existente em todo o Estado, e fechamos o estudo com o município de Capixaba", comenta Fernando.

A verdade é que o Brasil não pode se apropriar de terras estrangeiras, ainda mais para fazer depósito de lixo. E tendo por base a fronteira com a Bolívia, presume-se que o governo brasileiro precisa ter muito cuidado, independente da localização, o lixão, afeta diretamente a república boliviana.

A promotora de justiça de habitação e urbanismo, Rita de Cássia, substituta interina da promotora Meri Cristina do MPE, disse que a situação do lixão municipal de Capixaba é também uma falha grande do Imac. Ela mostrou um ofício da Prefeitura de Capixaba solicitando uma visita técnica do Imac em abril de 2005, e estranhou o fato de o Instituto realizar a vistoria só agora, em novembro de 2007, e só depois da provocação do MPE.

Em relação ao resultado da vistoria feita pelo Imac, a promotora afirmou que achou o estudo incompleto, já que o empecilho maior em torno do lixão foi o fato de ele se localizar, segundo essa Instituição, na Bolívia. De acordo com ela, o relatório do estudo não aponta a existência de igarapés próximos à área, e nenhum tipo de impacto ambiental e social. Por conta disso, o MPE enviará uma equipe para conhecer a real situação da área onde é depositado todo o lixo gerado por Capixaba.

Conforme ainda Rita de Cássia, o estudo foi feito pela engenheira ambiental e sanitária, Fernanda Rodrigues, e pela agrônoma Keyla Maria de S. Melo. No relatório consta que o lixão deve ser encerrado; que a Prefeitura de Capixaba tem 60 dias para indicar três áreas; e 90 dias para apresentar o plano de encerramento do lixão, fazendo toda a recuperação da área.
Segundo integrantes da comunidade rural, todos os dias, é depositado uma caçamba de lixo urbano pelo período da manhã. De acordo com eles, todo o entulho recebido é queimado pela parte da tarde. Quer dizer, além do mal-cheiro, poluição das nascentes, pois quando chove há grandes possibilidades de o líquido poluente (chorume) escorrer para o Igarapé Grande, tem a fumaça que deixa o clima pesado, causando doenças respiratórias. Sem contar com o perigo de ocorrer um incêndio florestal. Contudo, as pessoas que fazem a limpeza urbana de Capixaba, alegam que a queima do lixo não tem nada a ver com a prefeitura. Pois, segundo as quais, não se sabe quem coloca fogo no lixo.

Além disso, é muito importante dizer que se alguém resolver fazer uma visita a algum morador da área, ou até mesmo ao lixão municipal, muito cuidado com a direção do veículo, pois há presença de resíduos de abate, particularmente ossada de boi, em várias partes do ramal Brasil Bolívia. Supostamente, advindos de abates clandestinos de bovinos.
Revolta dos moradores por medo de contaminação
É comum os moradores afirmarem que várias pessoas estão com algum tipo de problemas de saúde. Sem exceção, todos relacionam esses problemas à presença inconveniente do lixão municipal naquela área. Muitos deles conseguiram fazer poços artesianos, outros, sem solução, ainda consomem aquela água, possivelmente contaminada. E pescar no Igarapé Grande ainda é uma atividade comum para muitas famílias dali. O caso mais comovente é o da senhora, esposa de José Osmar, Antônia dos Santos (33). Segundo os exames mostrados pelo casal, dona Antônia, contraiu a esquistossomose, mais conhecida pelos brasileiros como barriga d'água. É uma doença caracterizada pelo aumento do fígado e do baço. Segundo estudo de especialistas na área, o diagnóstico e o tratamento são relativamente simples, mas a erradicação da doença só é possível com medidas que interrompam o ciclo evolutivo do parasito, como a realização de obras de saneamento básico e a mudança comportamental das pessoas que vivem em áreas endêmicas.

Por conta disso, José Osmar afirmou que o médico de Antônia, doutor Ricardo da Silva Sena - CRM 874 recomendou que o casal reivindicasse da prefeitura a solução do problema do lixão que se encontra em área imprópria.

Mas, infelizmente, três dias depois de dizer ao Jornal Capixaba que vinha lutando há muito tempo pela retirada do lixão daquela área, a mãe de três filhos, Antônia dos Santos, morreu antes mesmo da solução do problema do lixão.
Quando a sua mulher ainda estava viva, José Osmar, inconsolado, por medo de perdê-la, disse que foi obrigado a abandonar o local onde residia. Segundo ele, já que não conseguia uma solução com as autoridades, essa iniciativa de sair do local foi também uma recomendação médica. "O médico disse que era importante a gente sair de perto do lixão. Se eu não saísse da casa era pra eu pedir a vigilância sanitária para construir um poço pra gente. Mas, como ninguém ajudou, foi o jeito eu arrancar a minha casa e levar ela para outro lugar", afirmou o pai de família.
A comunidade que estava presente para mostrar a situação do lixão assegurou que irá novamente procurar as autoridades, mas caso não se disponibilizarem integralmente para a resolução do problema, vai fazer um grande manifesto e fechar o acesso do ramal Brasil Bolívia com o próprio lixo.

"A maior parte dos vereadores é conivente", diz gerente de endemias
Por coincidência, o carro da vigilância sanitária (controle de endemias) estava passando no local. O gerente de endemias (Sesacre-Capixaba), Cláudio Feitosa, surpreso com o acontecimento, disse que é claro e fundamental que a comunidade se mobilize com essa questão, e se colocou a disposição para ajudar no que for preciso. "Sou contra a qualquer ato de degradação ambiental, e acredito que a maior parte dos vereadores de Capixaba é conivente com essa situação. São eleitos para fiscalizar. Por que até hoje não encontraram solução para esse problema?” – questionou.

Rebatendo a crítica, o vereador Carlos Alves de Brito (Carlito), que estava também no local, afirmou que discorda do gerente de endemias. Segundo o vereador, a Câmara tem registros desde a época da gestão do ex-prefeito Lourival Mustafa de Andrade (Serraria) solicitando a presença do Imac no local. O vereador afirma que o Instituto nunca vistoriou a área. "O porquê do Imac não aparecer não se sabe", disse. E acrescentou: "e cadê a vigilância sanitária do Município? Não funciona? A partir de agora a Câmara estará mais determinada a buscar uma solução às pessoas que lá moram", finalizou.
Prefeito de Capixaba fala sobre o caso

O prefeito de Capixaba, Joais dos Santos, afirmou que já vem lutando de longas datas por um aterro sanitário em uma área propícia para Capixaba. Disse que esse lixão é uma herança da administração anterior (Serraria), e que desde o início de seu mandato vem, juntamente com o Consórcio de Desenvolvimento Intermunicipal do Alto Acre e Capixaba (Condiac) unindo forças para a resolução desse grave problema. De antemão, afirmou que o recurso no valor de 8 milhões de reais destinados aos 5 municípios do Alto Acre (Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri e Capixaba) para esse propósito já foi anunciado pelo Governo Federal, através do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Nesse pacote, Capixaba terá um montante de R$ 1,6 milhões para o aterro sanitário municipal.
Entretanto, o prefeito mostrou também a dificuldade dos 5 municípios para a liberação desse montante, uma vez que cada um precisa ter uma contrapartida de R$ 89 mil, e segundo ele, a arrecadação de Capixaba não cobre esse valor. Porém, registrou que já está sendo articulado com o Secretário de Planejamento do Estado, Gilberto Siqueira, a possibilidade de o Governo do Estado ajudar na contrapartida.
Outro problema grave levantado pelo prefeito é sobre a aquisição de uma área de terra para o aterro. "O diálogo da prefeitura entre os proprietários de terras já foi esgotado. Tentamos várias formas para a compra de um local, mas o interesse dos proprietários em não ter um lixão em suas áreas é nulo. Agora, a nossa saída é fazer, com o apoio da Câmara, uma reunião com os nossos advogados, e assim, partir para a desapropriação de uma área", completa.

Viúvo pede ajuda
“Tudo que desejo é poder criar meus filhos”

"Espero que as autoridades reajam. Agüentar a vida toda lá perto do lixão é um abuso", protesta José Osmar, um dos denunciantes do lixão municipal de Capixaba.

O viúvo de Antônia dos Santos (33 anos - vítima de uma doença comumente chamada pelos brasileiros de barriga d'água), José Osmar (41), nasceu em Capixaba e se criou às margens do Igarapé Grande. Igarapé este, possivelmente contaminado pelo lixão municipal de Capixaba. Viveu casado com Antônia mais de 10 anos. Assumiu duas filhas da mesma, e com ela teve mais dois garotos: Luan Max de 7 anos, e o caçula Luandeson dos Santos, de 2 anos. José Osmar falou que as duas filhas mais velhas tomaram rumos diferentes mesmo antes de a mãe partir. Uma se casou com 13 anos, e outra mora com a tia em Rio Branco.

O pai de família contou ainda que vinha lutando contra a doença de sua esposa há mais de 3 anos. Fez de tudo para não perdê-la. Dividia-se entre trabalhar pesado para o sustento da família, arrumar tempo para acompanhar a rotina de Antônia nos hospitais públicos e reivindicar a saída do lixão municipal de perto de sua área. "Eu deixava de pagar nossas contas para comprar remédios porque eu queria muito que ela ficasse boa. Eu tentei de tudo, e minha última tentativa foi chamar o jornal, pois eu já não tinha mais nada em casa. Só que ela se foi", emocionou-se o viúvo.

Em relação aos dois filhos, ele disse ainda muito emocionado, que não tem coragem de entregá-los a ninguém. E lamenta: "quando ela estava comigo eu tinha como sair para trabalhar. E agora? No momento não tenho como trabalhar, mas não vou deixar meus filhos por nada. Dá eu não vou dar. Eu sei que é duro. Mas, ninguém vai tirar eles de mim. Vou começar a vida de novo. Para dizer que não tenho nada, tenho meus filhos. Se Deus quiser eu vou vencer esses problemas".

Agora, em sua área rural, ele sente um grande vazio, e o destino o incumbiu o papel de ser pai e mãe, e de continuar, mais do que nunca, lutando contra a inconveniente presença do lixão naquele lugar. Para isso, o viúvo espera contar com o apoio de toda a comunidade, e disse bravamente: "espero que as autoridades reajam. Agüentar a vida toda lá perto do lixão é um abuso. Meus filhos ainda bem que estão com saúde. Mas, não quero isso para eles. Qual é o pai que quer isso? Não agüentamos o moscaral, urubus, mal-cheiro. É um monte de osso no meio do ramal. Ninguém agüenta mais", desabafou.

José Osmar demonstra estar muito sentido, não acusou o lixão de ter sido a causa da partida de sua esposa, mas relatou: "eu sei que o lixão prejudicou a saúde dela. Ela não podia nem sentir a fumaça do fogão à lenha. Imagina então a fumaça daquele trem lá", finalizou.

A responsabilidade é de todos

É do conhecimento do povo acreano que o problema de lixões envolve todos os municípios do Acre. Cada um vive esse dilema de lutar por um aterro sanitário, conforme as recomendações dos órgãos ambientais.
É importante relembrar que cuidar do meio ambiente é uma responsabilidade de todos nós, pois só assim mostraremos respeito à vida no planeta. É salutar assim, que a comunidade esteja envolvida nessas questões, e que, principalmente, os proprietários de terras se sensibilizem com esse grande problema da falta de um aterro sanitário em áreas adequadas. Pois, no final, não restará outra saída mesmo, a não ser a desapropriação. Dessa forma, donos de terras, pensem na vida humana. Caso não haja interesse em relação a isso, é lamentável, mas, cedo ou tarde, a consciência de cada um, renderá sérias lamentações de ter vivido a despreocupação com os nossos bens maiores que são a natureza (com toda a sua biodiversidade) e a vida humana.

Lixão Municipal

Enquanto o lixão municipal de Capixaba, que fica a quase 300 metros do Igarapé Grande, não for encerrado, é sempre relevante despertar na comunidade, sobretudo nas autoridades, o anseio de nos sentirmos parte desse problema.

Certamente, é uma atitude desumana viver sabendo que a poucos quilômetros da zona urbana de Capixaba existe um depósito de lixo, causando há mais de 9 anos, um enorme estrago ambiental, e simplesmente não se tomar nenhuma posição para que se mude essa situação.

Mas, felizmente, em visita ao Ministério Público Estadual (MPE), numa conversa com a Promotora de Justiça Especializada de Defesa do Meio Ambiente, Drª Meri Cristina, pude perceber o interesse dos órgãos competentes em exigir da Prefeitura Municipal de Capixaba o encerramento do lixão localizado, segundo relatório do Imac, em território boliviano. O que é bem pior, pois, de acordo com a Promotora, o fato de o lixão estar inserido na Bolívia pode ter uma conseqüência maior se levado a efeito pelas autoridades bolivianas.

A atenciosa Drª. Meri Cristina esteve em Capixaba para fazer inspeção sobre o assunto no início deste mês, e diante dos relatos apurados, afirmou que, nesse primeiro momento, entrará em contato imediatamente com a Prefeitura de Capixaba, pedindo para que a mesma se posicione a respeito. Caso a Prefeitura não se manifeste, o MPE tomará as devidas providências, podendo o executivo ser penalizado por crime ambiental.

Contudo, para o nosso bel-prazer, o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), enviou recentemente à Prefeitura, um documento estipulando um prazo de 90 dias para que a mesma indique três áreas para serem analisadas pelo Instituto e apresente um plano de encerramento do inconveniente lixão.

Segundo informações do Prefeito Joais dos Santos, o Secretário de Administração, Geran Clay, já encaminhou ao Imac, a indicação das áreas. Porém, o Prefeito preferiu não mencionar os nomes dos proprietários das terras que foram indicadas. Decerto, por conta da necessidade de desapropriação.

Enfim, para concluir, precisamos alertar à Prefeitura acerca de outro grave problema correlato: os cuidados que a mesma deve tomar, de imediato, com as pessoas que fazem a coleta do lixo urbano, visto que rotineiramente nos deparamos com esses trabalhadores coletando toneladas de lixos sem uniformes e sem nem um equipamento de proteção individual (EPI).