Briófitas (do grego brion, musgos) são pequenas plantas que geralmente vivem em ambientes bastante úmidos e sombreado, como por exemplo, barrancos, troncos de árvores no interior das matas, próximo a cachoeiras e etc. a maioria das espécies dessas plantas não ultrapassa os 5 centímetros de altura. Mas como tudo na natureza têm uma exceção existe na Nova Zelândia uma espécie que pode chegar a 50 cm de altura. Esse tamanho relativamente pequenos das briófitas pode ser atribuídos a essas plantas serem classificadas como avasculares, ou seja, elas não possuem vasos condutores de seiva e água como nas plantas vasculares. As espécies mais conhecidas de briófitas são os musgos, que formam vastos tapetes verdes sobre pedras, troncos e barrancos.
Briófitas são vegetais, na maioria terrestres, apresentando características que as separam das algas e das plantas vasculares. Seus gametângios (órgãos onde são produzidos os gametas) são pluricelulares, com uma camada estéril (epiderme) que protege as células sexuais da dessecação, sendo esta uma adaptação à vida no ambiente terrestre.
Há musgos que vivem em locais relativamente secos, como superfícies de rochas ou barrancos expostos ao sol. Existem também algumas espécies que são capazes de tolerar temperaturas muito baixas, esses musgos são encontrados no Circulo Polar Ártico, onde é praticamente o único tipo de vegetação.
Como todas as plantas, as briófitas apresentam alternância de geração em seu ciclo de vida. O gametófito haplóide é a geração mais desenvolvida e persistente. O esporófito das briófitas diplóide, têm tamanho reduzido e sempre se desenvolve sobre o gametófito, nutrindo-se as custas deste até atingir a maturidade quando produz os esporos e morre.
Organização Corporal das Briófitas
O corpo das briófitas, que é comumente chamado de talo, é constituído por células pouco diferenciadas. Entre as células mais especializadas, podemos destacar as células de revestimento, que formam a epiderme. Essas células apresentam uma propriedade de secreção da superfície que está exposta ao ar substancias que forma uma película protetora e impermeabilizante para a planta.
Antócero (Anthocerophyta): o gametófito é fino e cresce paralelamente ao solo e o esporófito apresenta-se como uma estrutura bifurcada de pontas finas que cresce ereto sobre o gametófito.
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Hepáticas (Hepatophyta): o gametófito apresenta forma laminar e cresce paralelo ao solo e sobre troncos de árvores, em locais com sombra e úmidos. Os esporófitos são constituídos por pequenas bolsas esféricas presentes em estruturas do gametófito chamada de gametóforo. Essas estruturas lembram pequenos guarda-chuvas, apresentando diferenças: bordas lisas nas plantas masculinas e recortadas nas plantas femininas.
Musgos (Bryophyta): os gametófitos destes crescem eretos, sei eixo principal lembra o caule das plantas vasculares e por esse motivo recebe o nome de cauloide. A partir do cauloide emergem lâminas que lembram folhas que são chamadas de filóides. Os esporófitos são filamentos finos que crescem sobre o gametófito, apresentando uma dilatação na extremidade.As briófitas fixam-se ao solo através de estruturas filamentosas que lembram raízes, estes são chamados de rizóides. A principal função dos rizóides é apenas a fixação, já que essas estruturas não realizam a absorção de água e nutrientes minerais, como acontece com as raízes nas plantas vasculares.A absorção de água e sais minerais nas briófitas ocorre por todo o corpo da planta e a distribuição dessas substâncias pelo corpo acontece por difusão célula a célula. A passagem dessas substâncias pelas células ocorre por uma estrutura chamada de plasmodesmos, que são pontes citoplasmáticas que atravessam a parede celular.
Reprodução e ciclo de vida
Reprodução assexuada
Muitas briófitas reproduzem-se assexuadamente através da fragmentação, que é um processo em que fragmentos de um individuo ou de uma colônia forma novos indivíduos. Em hepáticas e antóceros, os gametófitos crescem por expansão das bordas de seu corpo taloso, que pode eventualmente se partir e formar um novo individuo.O gênero Marchantia que pertence às hepáticas produz estruturas especializadas para este tipo de reprodução, chamadas de propágulos. Esses se desprendem da planta mãe e pode originar, assexuadamente, novos indivíduos.
Reprodução sexuada
A grande maioria das briófitas é dióica, ou seja, apresentam plantas com estruturas reprodutivas masculinas (anterídios) e femininas (arquegônios). Algumas espécies ainda podem ser monóicas ou bissexuais.
O anterídio apresenta forma de um saco, que é formado por uma camada de células estéreis que protegem ou envolvem um conjunto de células férteis que darão origem aos gametas masculinos que são chamados de anterozóide. Essas células, os anterzoides apresentam dois flagelos que possibilitam nadar até os gametas femininos. Essas plantas são completamente dependentes de água em estado liquido para o seu processo de reprodução sexuada. Este é um dos principais diferencias das briófitas com relação às plantas vasculares que não depende disto para a reprodução.
O arquegônio apresenta forma de garrafa com um longo colo e uma porção basal dilatada onde uma célula cresce e se diferencia no gameta feminino, chamado de oosfera. Quando a oosfera amadurece as células da porção central do arquegônio se desintegram e formam um liquido e uma passagem por onde o anterozóide irá nadar até o gameta feminino.
Quando o anterozóide encontra a oosfera eles se fundem pelo processo de fecundação onde irá originar um zigoto diplóide. Esse zigoto irá passar por diversas divisões por mitose até formar um aglomerado de células chamado de embrião.
O embrião é nutrido (açúcares, aminoácidos) pela planta-mãe pelo processo chamado de matrotrofia. A passagem desses nutrientes é feita por células especializadas que se encontram na base do arquegônio. Essas células apresentam inúmeras dobras que aumentam a superfície de contato com o embrião em desenvolvimento.
Durante o crescimento do embrião, o arquegônio cresce e parte dele dá origem a caliptra. Depois de algum tempo o esporófito jovem resultante do desenvolvimento do embrião emerge do arquegônio, mas sua base continua ligada ao órgão reprodutor feminino.
As células que se encontram no interior do esporângio são chamadas de esporócitos, elas se dividem por meiose e dão origem a células haplóides que posteriormente se diferenciam em esporos. Um único esporângio pode produzir cerca de 50 milhões de esporos capazes de gerar novos gametófitos.
Ao encontrar condições favoráveis o esporo germina, ou seja, por meio de mitoses sucessivas origina as células novas do novo gametófito. Nos musgos os esporos originam inicialmente uma estrutura filamentar e ramificada chamada de protonema a partir do qual se forma os gametófitos.
Postado por FRANCISCO NUNES às 20:06 Um comentário:
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Marcadores: Botânica quarta-feira, 07 de maio de 2014
Visão Geral das Plantas
Atualmente com as classificações modernas é considerado membros do Reino Plantae apenas organismos que apresentam em seu ciclo de vida embriões multicelulares maciços (sem cavidades interna) que se desenvolvem a partir de um organismo materno. Por este motivo alguns autores propõem que seja usado o termo Embryophytes para denominar o filo das plantas.
Hoje, são conhecidas cerca de 300 mil espécies de plantas que são divididas em quatro categorias distintas de acordo com a organização das estruturas do corpo e características reprodutivas. São elas: Briófitas, Pteridófitos, Angiospermas e Gimnospermas.
As plantas são organismos multicelulares, eucariontes, ou seja, indivíduos que apresentam célula com núcleo envolto por uma membrana e com várias organelas e são também autotróficos, que são os organismos produtores do seu próprio alimento (veremos mais sobre os produtores no menu Ecologia) através da fotossíntese.
Suas células apresentam uma parede de celulose bem definida e rígida, grandes vacúolos e plastos. Os Plastos se encontram, principalmente, nas folhas, pois apresentam uma maior área de exposição ao sol, eles são especializados no processo fotossintético e contêm a clorofila podendo também ser chamados de cloroplastos.
Alternância de Geração
Uma característica que pode ser observado nas plantas é a alternância de gerações haplóides e diplóides.
Os indivíduos haplóides são chamados também de gametófitos. Estes, formam gametas que se unem através do processo de fecundação e dão origem assim a zigotos diplóides. O zigoto se desenvolve e dá origem a um indivíduo diplóide, o esporófito.
Chegando a fase adulta, as células que estão dentro do esporófito sofrem por um processo de divisão chamado de Meiose a partir desse processo de divisão se origina células haplóides que são chamadas de esporos. Esses esporos ao germinarem produzem gametófitos adultos fechando assim o ciclo.
Os grupos de Plantas
De acordo com o sistema de classificação atual, podemos citar dois grandes grupos de plantas: as Vasculares e as Avasculares.
As plantas vasculares ou traqueófitas têm essa nomenclatura por possuírem vasos especializados na condução de substancias nutritivas (seiva) para o organismo e água e sais minerais.
Dentro das plantas vasculares existem dois grandes grupos bastante conhecidos e distintos que são separados pela ausência ou presença de sementes. Assim o grupo das Pteridófitos são as plantas vasculares que não apresentam sementes. Temos como exemplo desse grupo as exuberantes samambaias e as avencas.
Por outro lado, as plantas vasculares com sementes são chamadas de Espermatófitas. As espermatófitos apresentam duas variações distintas entre si. A primeira são aquelas plantas que apresentam suas sementes bem expostas na parte externa do órgão reprodutivo, que são as famosas Gimnospermas.
Já a segunda, são aquelas que apresentam as suas sementes escondidas ou abrigadas no interior do fruto, sendo chamada de Angiosperma (do grego Angion, vaso) o fruto oferece proteção a semente, abrigo por isso a idéia de vaso, vaso que abriga a semente.
Já as plantas avasculares não apresentam esses vasos e por isso são chamadas assim. Os principais representantes desse grupo são as Briófitas.
Referência
Fotos: Google imagens
AMABIS, J.M; MARTHO, R. Biologia. Vol. 2. Ed. 3. Editora Moderna. São Paulo. 2010